Essa semana você já conferiu um post contando tudo sobre o Motocross das Nações 2018 que vai começar neste final de semana, nos Estados Unidos. O fato é que a expectativa está grande para ver os grandes ídolos internacionais do motocross dando um show nas pistas novamente.
Nós conversamos com o campeão brasileiro de motocross e arena cross Leandro Silva para saber quais são as expectativas para esse ano e qual a sensação de já ter participado de um evento de tão grandes proporções como o MXoN.
Participar de uma corrida internacional é o sonho de qualquer piloto profissional. São anos de treino, esforço e investimento para chegar ao topo da carreira - feito que o piloto curitibano conseguiu antes dos 20 anos.
Leandro Silva marcou a história do motocross brasileiro nos anos 2000, participando do Motocross das Nações pela primeira vez em 2007, quando a equipe conseguiu a façanha inédita de classificar o país para as baterias decisivas. Repetiu o feito em 2008, conquistando a melhor colocação da história do Brasil no esporte: 14º lugar.
Além disso o piloto tem outras grandes vitórias na sua carreira, ganhando diversos prêmios como o Brasileiro de Supercross na MX1 e MX2 em 2005, o Brasileiro de Motocross MX2 em 2006, Arena Cross na MX2 em 2006 e na MX1 em 2007 e 2008, entre muitos outros títulos estaduais.
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Confira abaixo nossa entrevista com o piloto Leandro Silva e quais as expectativas dele para o Motocross das Nações de 2018.
Na sua opinião, quais são as dificuldades e recompensas de ser um piloto a nível nacional?
Hoje em dia são mais dificuldades do que recompensas em minha opinião. As dificuldades em se ter patrocínios estão cada vez maiores por diversos motivos e os custos com moto, equipamentos, profissionais da área também só crescem. A recompensa fica pelas lembranças de corridas de superação com vitórias no final, pelas amizades e também um estilo de vida necessário para vencer que após terminado, deixa bastante saudades.
Pra você, como foi participar do motocross das nações?
Esse sem dúvidas foi um sonho realizado. O Brasil nunca havia se classificado para uma final e em nossa primeira participação após quase 10 anos, eu, Wellington Garcia e o Balbi com muito sacrifício conseguimos vencer a final B e conseguimos o resultado inédito com um 17 lugar. Já em 2008 na Inglaterra, fomos mais preparados, vencemos a final B novamente e conquistamos a melhor colocação do Brasil, o 14º lugar entre 35 países.
O que um piloto precisa ter para conseguir chegar em um evento tão grande quanto o MXoN?
São anos de treinamento para se tornar um dos melhores pilotos do Brasil e conseguir ser selecionado para representar o nosso país, mas hoje ao ridículo de mesmo após o piloto conseguir ser selecionado para ir, ele tem que bancar toda sua despesa para participação da prova. A confederação vergonhosamente não arca com esses custos para levar seus atletas em uma oportunidade única, que é o Motocross das Nações.
Esse ano a equipe brasileira conta com pilotos de diferentes marcas de motocicleta, e patrocinadores. Você acha que isso vai ajudar a aumentar o nível de desempenho dos nossos atletas?
O fato de serem marcas diferentes sem dúvida é interessante sim, os pilotos devem ser escolhidos pela performance e não pelo o patrocinador. Nas minhas participações, foram sempre com a equipe inteira Honda, porque era onde os melhores pilotos se encontravam e era a equipe que tinha a melhor estrutura e dinheiro para bancar o time na competição.
Qual a expectativa para o MXoN esse ano? Tem algum palpite para os resultados?
Eu realmente espero que o nosso time se classifique e vá para a final. Temos o Enzo Lopes com uma super bagagem internacional e motocicleta de ponta, o Gustavo Pessoa também adquiriu muita experiência no Mundial este ano e o Fabinho é o melhor piloto do Brasil na Mx2 na atualidade e também com experiência no nações. O Motocross das Nações é um evento único porque você precisa do resultado dos seus companheiros de equipe, não basta apenas os seus resultados, então você torce para o seu muitas vezes adversário nas competições do Brasil, para ele ir bem e consequentemente o time se sairá bem.
Você pode comentar algo também sobre Balbi Jr., que foi convocado como coach da equipe mas declarou a impossibilidade de ir por falta de suporte financeiro…
O Balbi sem dúvida vai ajudar bastante os meninos, além de um grande piloto tem muita experiência nessa corrida. Ele a princípio não iria, mas os fãs do esporte se uniram e fizeram uma vaquinha bancando toda a sua despesa. Foi algo incrível o que vocês fizeram.
