O que é a classificação SHARP de capacetes? Guia completo para motociclistas
Introdução: por que a segurança do capacete é tão importante?
Quando falamos em pilotar uma moto, seja no asfalto ou nas trilhas, a proteção da cabeça é prioridade máxima. O capacete é o equipamento de segurança mais importante do motociclista, sendo responsável por reduzir drasticamente o risco de morte e lesões graves em acidentes.
Mas nem todos os capacetes oferecem o mesmo nível de proteção, e é justamente por isso que surgiram métodos de avaliação independentes. Entre eles, a classificação SHARP (Safety Helmet AssessmentRating Programme) se destaca como uma das mais respeitadas do mundo.
Neste artigo, você vai entender em detalhes o que é o selo SHARP, como ele funciona, quais testes são aplicados, quais capacetes possuem a certificação e como essa informação pode ajudar você a escolher o modelo mais seguro e adequado para o seu estilo de pilotagem.

O que é o programa SHARP?
O SHARP (Safety Helmet AssessmentRating Programme) é um programa independente de avaliação de capacetes criado em 2007 pelo Departamento de Transportes do Reino Unido (UK Department for Transport). A iniciativa nasceu a partir de estudos que mostraram que, embora todos os capacetes homologados protejam contra impactos, existe uma diferença significativa no nível de segurança oferecido entre os modelos disponíveis no mercado.
O propósito do SHARP é justamente preencher essa lacuna: fornecer aos motociclistas informações claras, objetivas e padronizadas sobre o real desempenho de cada capacete em condições de impacto. Para isso, o programa vai além das exigências mínimas de homologação, como as normas ECE 22.05 e a mais recente ECE 22.06, obrigatórias na Europa. Essas normas apenas estabelecem critérios básicos que o produto precisa cumprir para ser comercializado, mas não permitem comparar de forma detalhada a performance entre diferentes capacetes.
Já o SHARP aplica uma bateria de 32 testes de impacto, simulando colisões em diversos ângulos e velocidades, incluindo pontos críticos como a lateral do capacete, área particularmente vulnerável em acidentes reais. Com base nos resultados, cada modelo recebe uma classificação de 1 a 5 estrelas, sendo 1 estrela o desempenho mínimo e 5 estrelas o mais alto nível de proteção disponível.
Graças a esse sistema de avaliação, o consumidor pode comparar capacetes de maneira transparente e confiável, escolhendo não apenas pelo design ou preço, mas também pelo nível de proteção efetiva que o produto entrega em situações de risco. Na prática, o SHARP se tornou uma referência mundial para motociclistas e fabricantes, influenciando inclusive a evolução tecnológica dos capacetes mais modernos.

Como funciona a classificação SHARP?
Critérios de Avaliação do SHARP
Uma das grandes forças do programa SHARP é a imparcialidade nos testes. Todos os capacetes avaliados são comprados diretamente no varejo britânico, da mesma forma como chegam ao consumidor final. Isso elimina qualquer possibilidade de o fabricante enviar versões “otimizadas” para teste, garantindo total transparência e credibilidade nos resultados.
Cada modelo passa por uma série de 32 impactos controlados, que simulam colisões em diferentes pontos do casco, sob variações de velocidade e ângulo de batida. O objetivo é reproduzir com o máximo de realismo as situações que podem ocorrer em acidentes reais.
Entre os principais parâmetros avaliados estão:
Absorção de impacto – mede a capacidade do casco e da forração interna (EPS) de absorver e dissipar a energia gerada pela colisão, reduzindo o risco de traumatismo craniano.
Distribuição da força – analisa como a energia do impacto é espalhada pelo casco, evitando que a pressão se concentre em uma única área, o que poderia agravar os danos.
Proteção lateral – verifica o desempenho em batidas nas laterais, região crítica para lesões cerebrais graves, já que muitos acidentes envolvem esse tipo de impacto.
Resistência a múltiplos impactos – avalia como o capacete reage a batidas sucessivas, reproduzindo cenários em que o piloto pode sofrer quedas com choques repetidos contra o solo ou obstáculos.
O Sistema de Estrelas SHARP
Após todos os testes, o SHARP atribui uma nota de 1 a 5 estrelas, que resume o nível de proteção oferecido pelo capacete:
1 Estrela – desempenho básico, atende apenas às exigências mínimas da norma.
2 Estrelas – proteção razoável, mas com limitações importantes em certos ângulos ou intensidades.
3 Estrelas – nível intermediário, indicado para quem busca um capacete de entrada com bom custo-benefício.
4 Estrelas – excelente desempenho na maioria dos cenários de impacto, oferecendo alto nível de segurança.
5 Estrelas – máximo desempenho, considerados os capacetes mais seguros disponíveis no mercado.
Essa classificação simples e visual permite que o motociclista faça uma escolha consciente, comparando modelos de forma objetiva sem precisar interpretar dados técnicos complexos.

SHARP x outras certificações DOT, ECE, Snell
Diferenças entre DOT, ECE, Snell e SHARP
É comum que motociclistas tenham dúvidas sobre os diferentes selos e certificações de capacetes. Cada um segue padrões específicos de teste e origem, o que pode confundir na hora da escolha. Veja as principais diferenças:
DOT (Department of Transportation – EUA)
É a homologação mínima exigida para capacetes vendidos nos Estados Unidos. Embora garanta requisitos básicos de segurança, seus testes são mais simples, realizados em pontos padronizados e com critérios menos rigorosos do que os aplicados pela ECE e pelo SHARP. Por isso, é considerada uma certificação mais permissiva.ECE 22.05 / 22.06 (Europa)
A ECE é a homologação europeia, válida em mais de 50 países e reconhecida mundialmente. Diferente do DOT, seus testes incluem impactos em múltiplas áreas do casco, com diferentes velocidades e ângulos, simulando melhor as condições reais de acidentes. A versão ECE 22.06, lançada em 2020, é ainda mais exigente, incluindo novos cenários de colisão e requisitos para capacetes modulares e com acessórios, sendo hoje a mais avançada entre as homologações obrigatórias.Snell (fundação independente – EUA)
Criada por uma entidade privada sem fins lucrativos, a certificação Snell é uma das mais rigorosas do mundo. Seus testes incluem, além da absorção de impacto, provas de resistência à penetração e a impactos repetidos em alta intensidade. Por isso, é amplamente valorizada em competições de motociclismo, como pista e velocidade, onde o nível de exigência em segurança é extremo.SHARP (Safety Helmet AssessmentRating Programme – Reino Unido)
Diferente das homologações obrigatórias, o SHARP não é um selo de aprovação para comercialização, mas sim uma classificação adicional. Ele testa apenas capacetes que já possuem homologação ECE e atribui uma nota de 1 a 5 estrelas, indicando o nível de proteção real em impactos de diferentes intensidades e ângulos. Na prática, o SHARP funciona como um guia extra para o motociclista comparar modelos homologados e identificar quais oferecem desempenho superior em situações de acidente.

Por que a classificação SHARP é importante para o motociclista?
Compra orientada pela segurança – em vez de decidir apenas pelo preço, estilo ou marca, o motociclista pode escolher com base em dados técnicos que mostram o real nível de proteção do capacete.
Transparência e confiança – como os capacetes são adquiridos diretamente no varejo e não enviados pelos fabricantes, os testes refletem exatamente a qualidade do produto disponível ao consumidor final.
Comparação justa entre modelos – dentro de uma mesma faixa de preço, a classificação por estrelas permite identificar quais capacetes oferecem o melhor custo-benefício em segurança, ajudando a investir de forma mais inteligente.
Reconhecimento global – apesar de ser um programa britânico, o SHARP ganhou relevância internacional e hoje influencia tanto a decisão de compra dos motociclistas quanto o desenvolvimento de novos projetos por fabricantes renomados.

Marcas de capacetes bem avaliadas pelo SHARP
Várias marcas de renome internacional já passaram pelos testes do programa SHARP e obtiveram classificações consistentes, que ajudam o motociclista a entender melhor o nível médio de segurança oferecido. Confira:
LS2
Reconhecida pelo excelente custo-benefício, a LS2 se destaca especialmente em capacetes de entrada e intermediários. Muitos modelos alcançam entre 3 e 4 estrelas, mostrando que é possível ter segurança confiável sem investir valores muito altos.Shoei
Uma das marcas japonesas mais respeitadas do mundo, a Shoei é sinônimo de qualidade premium. Nos testes SHARP, seus modelos frequentemente atingem 4 a 5 estrelas, consolidando a marca como uma das mais seguras e consistentes do mercado.Airoh
A italiana Airoh, muito presente no motociclismo esportivo e em competições, tem excelente desempenho em seus modelos topo de linha. A média gira entre 4 e 5 estrelas, reforçando sua reputação em capacetes leves, aerodinâmicos e de alta proteção.AGV
Outra gigante italiana, a AGV combina design arrojado, conforto e tecnologia de ponta. Nos testes SHARP, a maioria dos modelos atinge 4 estrelas, com alguns chegando a 5 estrelas, especialmente os capacetes integrais voltados para uso esportivo e rodoviário.HJC
A marca coreana conquistou espaço global por entregar capacetes de qualidade com preços competitivos. Seus modelos apresentam média de 4 a 5 estrelas no SHARP, especialmente nas linhas intermediárias, o que a torna uma das escolhas mais equilibradas entre custo, conforto e segurança.
(Observação: as classificações podem variar conforme o modelo, tamanho e atualizações dos testes. Os resultados oficiais podem ser consultados no site do programa SHARP.)

Limitações da classificação SHARP
Embora a classificação SHARP seja considerada uma das mais confiáveis do mundo quando se trata de avaliação de capacetes, é importante compreender suas limitações para interpretar os resultados de forma correta:
Capacetes avaliados – o programa concentra seus testes em capacetes fechados (integrais) e articulados (escamoteáveis), que são os mais comuns em uso rodoviário e urbano. Modelos abertos ou estilos específicos, como capacetes tipo jet ou off-road puro, geralmente não fazem parte do escopo do SHARP, o que restringe a abrangência da classificação.
Disponibilidade no Brasil – nem todos os capacetes vendidos no mercado brasileiro foram testados pelo SHARP. Isso ocorre porque a seleção dos modelos avaliados é feita com base na disponibilidade no varejo do Reino Unido, onde o programa é conduzido. Assim, alguns modelos populares aqui podem não aparecer na lista oficial.
Variação por tamanho – um detalhe importante é que a performance do capacete pode variar entre os tamanhos (P, M, G, GG). Isso acontece porque o casco e a densidade da forração interna (EPS) não são idênticos em todas as versões, podendo apresentar resultados ligeiramente diferentes. O SHARP normalmente divulga a nota referente ao tamanho mais vendido no Reino Unido, o que pode não refletir exatamente o desempenho de outros tamanhos do mesmo modelo.
Essas observações não diminuem a relevância do programa, mas reforçam a importância de interpretar a classificação como um parâmetro adicional de escolha, e não como o único critério absoluto.

Como usar o SHARP na escolha do capacete?
Verifique se o capacete tem homologação válida (DOT, ECE ou INMETRO no Brasil).
Consulte a nota SHARP no site oficial do programa para saber como o modelo se comportou nos testes.
Compare opções da mesma faixa de preço: muitas vezes um modelo mais barato pode ter classificação igual ou superior a outro mais caro.
Considere seu uso: para viagens longas e rodovias, um capacete com maior pontuação pode fazer toda a diferença em caso de acidente.

Vale a pena confiar na classificação SHARP?
Sem dúvida. O SHARP se consolidou como uma das referências mais confiáveis do mundo na avaliação de capacetes, justamente porque não se limita às exigências mínimas das homologações obrigatórias. Em vez disso, oferece uma análise mais profunda, baseada em testes independentes e realistas, que simulam de fato as condições de um acidente.
É importante entender que o SHARP não substitui selos como DOT, ECE ou INMETRO, mas funciona como um complemento valioso para quem deseja ir além do básico e escolher um capacete com nível superior de proteção.
Para o motociclista brasileiro, consultar a classificação SHARP antes de comprar pode ser o fator decisivo entre escolher apenas pelo visual ou investir em um modelo que realmente entrega segurança de alto desempenho.
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