Se você é daqueles que encara trilhas nos fins de semana ou utiliza a moto como meio de transporte no dia a dia, sabe que a escolha do capacete certo faz toda a diferença. Mais do que conforto ou estilo, ele precisa garantir proteção real em situações extremas. E é exatamente aí que entra a tecnologia MIPS, uma das inovações mais avançadas em segurança de capacetes para motociclistas.
Neste artigo completo, você vai entender como funciona o sistema MIPS, por que ele é tão importante para sua segurança, como surgiu, os detalhes técnicos por trás dessa tecnologia, quais marcas trabalham com ela (incluindo a brasileira ASW com o modelo ASW R1), e como escolher seu capacete ideal com base nesse recurso.
MIPS é a sigla para Multi-directional Impact Protection System, ou em português, Sistema de Proteção contra Impactos Multidirecionais. Trata-se de um sistema de segurança interno que reproduz o mecanismo natural de proteção do cérebro ao permitir um leve deslizamento entre o capacete e a cabeça durante um impacto.
Esse movimento — de 10 a 15 mm em impactos angulados — ajuda a reduzir significativamente a força rotacional que seria transferida diretamente ao cérebro. Essa força rotacional está entre os principais fatores de lesões cerebrais graves, como concussões, hemorragias e traumatismos cranioencefálicos.
O cérebro humano é uma estrutura altamente sensível e está suspenso dentro do crânio por fluido cerebroespinal, o que permite um leve movimento natural. Em impactos retos, os capacetes tradicionais ajudam a absorver a energia linear.
Porém, em impactos angulados ou oblíquos — que são os mais comuns em acidentes com motos —, há uma rotação repentina do capacete, o que faz o cérebro se mover ou até mesmo girar dentro do crânio. Isso pode causar:
Estiramento de axônios (lesões axonais difusas)
Concussões moderadas ou graves
Lesões neurológicas de longo prazo
Danos irreversíveis nas conexões cerebrais
A função do MIPS é diminuir a intensidade desse movimento interno do cérebro, reduzindo o risco de sequelas e aumentando drasticamente a segurança do piloto.
O sistema MIPS foi desenvolvido na Suécia por dois especialistas: o neurocirurgião Hans von Holst e o engenheiro Peter Halldin, pesquisador da KTH (Royal Institute of Technology). O projeto nasceu em 1996 com o objetivo de criar uma tecnologia que aumentasse a proteção da cabeça humana contra impactos rotacionais.
Estudos mostravam que mesmo capacetes aprovados em testes de impacto linear não protegiam suficientemente o cérebro em impactos reais, que quase sempre ocorrem em ângulos inclinados. Com base nisso, eles criaram o primeiro protótipo de MIPS — uma camada de baixo atrito que permite o movimento relativo entre o capacete e a cabeça.
O sistema começou a ser usado comercialmente em 2007 e hoje está presente em capacetes de ciclismo, esqui, construção civil e, especialmente, em capacetes de motociclismo.
O MIPS é um sistema interno composto por uma camada de polímero de baixo atrito, fixada ao interior do capacete por pequenos elásticos ou suportes flexíveis. Essa estrutura permite que o capacete se mova levemente em relação à cabeça durante um impacto.
Camada de baixo atrito (Low Friction Layer): fica entre a espuma EPS e o forro interno.
Fixadores elásticos: permitem o movimento multidirecional.
Sistema integrado ao casco: projetado para cada modelo de capacete.
Essa movimentação, que pode parecer pequena, é o suficiente para redirecionar a energia rotacional para longe do cérebro. A tecnologia simula o movimento natural do cérebro dentro da caixa craniana, reduzindo danos e aumentando a eficácia do capacete.
Antes de ser liberado para o mercado, cada modelo com MIPS passa por testes rigorosos realizados em laboratórios independentes e no centro de pesquisa da MIPS na Suécia.
Os testes incluem:
Impacto em placas inclinadas a 45 graus com superfície abrasiva.
Testes com cabeças artificiais equipadas com acelerômetros tridimensionais.
Medição da força rotacional e linear aplicada ao crânio.
Avaliação de lesões simuladas em modelos cerebrais.
Redução de até 30% da força rotacional em relação a capacetes convencionais.
Menor tensão interna nos tecidos cerebrais.
Movimentos relativos controlados entre 10 a 15 mm, sem comprometer o ajuste.
Esses dados mostram que a tecnologia MIPS não é marketing — é ciência aplicada à segurança.
A adoção do MIPS traz vantagens reais e mensuráveis para o piloto, seja ele um trilheiro casual, um piloto de motocross competitivo ou um motociclista urbano.
Acidentes de moto quase nunca ocorrem em linha reta. A rotação do capacete no impacto é inevitável, e o MIPS atua justamente nesse momento crítico.
Com apenas 25 a 45g adicionais, o MIPS não compromete o conforto, nem afeta o desempenho em competições.
O sistema se integra ao capacete sem prejudicar a ventilação, o sistema de retenção ou a sensação de encaixe.
Saber que você está usando um capacete com tecnologia de ponta aumenta sua tranquilidade e foco na pilotagem.
Hoje, marcas líderes no segmento de motocross, trilha e on-road já incorporaram o sistema MIPS em seus modelos. Entre elas:
A ASW é a primeira marca brasileira a lançar um capacete com MIPS, o modelo ASW R1. Ele combina design nacional com tecnologia global, sendo uma opção acessível e segura para pilotos off-road. O ASW R1 se destaca pelo ótimo custo-benefício e já se tornou referência entre trilheiros iniciantes e experientes.
A marca sul-africana aplica o MIPS em vários modelos de capacetes Off-road como o Leatt Adventure 8.5, que também incorpora a tecnologia 360º Turbine. A combinação dessas soluções oferece proteção superior tanto contra impactos rotacionais quanto lineares.
Referência mundial em motocross, a Fox utiliza MIPS nos modelos V1, V3 RS e outros capacetes voltados para competição e lazer. A marca alia o MIPS a cascos ultraleves e sistema de ventilação extremamente eficiente.
A gigante italiana adota o MIPS em capacetes como o Alpinestars Supertech M10 e Supertech M8, combinando com tecnologias como o sistema A-Head, que permite ajuste de altura do casco para encaixe personalizado.
Com presença consolidada no motocross e enduro, a Thor também oferece capacetes com MIPS para pilotos que exigem o máximo em segurança, sem abrir mão de conforto e desempenho.
Além do selo amarelo MIPS na parte traseira ou lateral do casco, o interior do capacete apresenta a estrutura de baixo atrito, visível entre a espuma EPS e o forro. Nos sites especializados — como a Mx Parts — essa tecnologia é sempre destacada nas especificações.
Dica: Ao comprar um capacete novo, verifique se a descrição informa a presença do sistema MIPS e se o produto é original e homologado para uso no Brasil.
A resposta é simples: para qualquer motociclista que valorize segurança.
Trilheiros: que enfrentam terrenos acidentados, onde quedas laterais são frequentes.
Pilotos de motocross: sujeitos a impactos em saltos, costelas e curvas agressivas.
Motociclistas urbanos: expostos ao risco constante de colisões com carros e obstáculos.
Mototuristas e riders de longa distância: que pilotam por horas e precisam de um capacete confortável e seguro para qualquer situação.
Independentemente do estilo de pilotagem, investir em um capacete com MIPS é investir em vida.
Sim, vale muito a pena. A tecnologia MIPS é uma revolução na segurança dos capacetes de moto. Não se trata de um luxo ou modismo, mas de uma camada adicional de proteção cerebral comprovadamente eficaz.
Com um custo adicional relativamente baixo e impacto mínimo no peso e conforto, os capacetes com MIPS representam um salto em segurança para motociclistas de todos os níveis.
Na Mx Parts, você encontra uma seleção completa de capacetes com MIPS das marcas mais confiáveis do mercado, como ASW, Leatt, Fox, Alpinestars e Thor. Todos com garantia de originalidade, entrega rápida e suporte especializado.
Acesse agora o site da Mx Parts e escolha o capacete que vai proteger o que você tem de mais importante: sua cabeça.