Por isso, entender que a complexidade, qualidade e principalmente a compatibilidade que as marcas oferecem para a pilotagem é fundamental para ver como esse equipamento é tão importante e que não deve ser deixado de lado na hora de montar seu equipamento de motocross e encarar as pistas ou trilhas.

Independente das características que você deve verificar antes de comprar um protetor de pescoço, entender  a funcionalidade desse importante equipamento é essencial, entenda o porquê:

Criado a partir de uma história trágica nos anos 2000, onde Chris Leatt testemunhou a morte de um de seus amigos devido à uma queda e quebra de pescoço, o que deu origem ao desenvolvimento de um sistema capaz de oferecer proteção contra esses casos, lançando em 2004 o primeiro modelo de proteção cervical para pilotagem. De lá para cá, vários outros estudos e desenvolvimentos surgiram, mas a função de tudo isso ainda é a mesma.

É claro que como qualquer equipamento de proteção para pilotagem, os protetores de pescoço para motocross não fazem milagres sozinhos, por isso, é importante que eles possam ser compatíveis com alguns outros equipamentos, além de não serem o único equipamento a ser utilizado pelo piloto.

A real função do protetor de pescoço para motocross está ligada na capacidade de manter a movimentação do pescoço controlada, a ponto de não permitir que ele realize movimentos que possam comprometer a integridade física do piloto em relação à coluna e claro, sua própria vida, ou seja, ele funciona literalmente limitando os movimentos em excesso que possam ocorrer em casos de acidentes, mas ao mesmo tempo manter a mobilidade sem atrapalhar ou ser desconfortável.

Dos modelos mais simples ao mais complexos, os protetores de pescoço oferecem liberdade de movimentos ao mesmo tempo em que geram proteção nos casos de acidentes. Estabelecido então que esses equipamentos são fundamentais, vamos falar de alguns modelos e o que eles podem fazer para te ajudar na hora da pilotagem (ou no caso de uma queda).

Dependendo do design do protetor de pescoço, a restrição quanto à movimentação do pescoço para frente, trás e lados (hiperflexão quando o movimento for em direção ao peito e hiperextensão quando o movimento for em direção contrária ao peito), cada protetor tem como função dissipar a energia transferida pelo capacete de motocross para outra região - no caso aos ombros ou parte superior do tronco, garantindo que o pescoço (ou vértebras) não absorvam esse impacto, afinal, são regiões onde pode até ocorrer uma lesão mais grave, mas são mais fáceis de serem recuperadas que seu pescoço. 

Essa é uma das maiores preocupações dos pilotos na hora de cogitarem a possibilidade de utilizarem um protetor de pescoço. É verdade que eles causam quebras de clavícula ou deslocamentos/lesões de ombro? Assim como muitas outras tecnologias e proteções, a prevenção oferecida por equipamentos não depende somente de um fator, o que faz com que outras lesões que possam parecer geradas em outros pontos por ele, estejam ligadas ao mau uso ou impactos do acidente do que propriamente causadas pelo equipamento de motocross.

Por mais incrível que pareça e para desmistificar de vez isso, um estudo recente divulgado pela Action Sports EMS Inc. revelou que de 8 mil pacientes acompanhados nos últimos 10 anos, dos acidentes analisados que envolveram a clavícula, quase 450 pilotos estavam sem protetor de pescoço, contra pouco mais de 270 que utilizavam o equipamento, e destes, vários com posicionamentos errados, incompatibilidade com coletes e quedas diretas sobre as regiões, ou seja, nem sempre uma coisa está ligada à outra, é preciso sim se proteger, mas da forma correta em qualquer situação.